Luis Pellegrini, em seu artigo O Retorno dos Anjos:
Alguém perguntou-me, numa livraria, justamente quando eu procurava obras sobre anjos: -Você acredita em anjos?
"Acredito numa força angélica que existe nas pessoas e no mundo. Uma força para o bem, positiva, criativa. Da mesma forma que acredito em outra força igual e contrária, voltada para o mal, negativa e destrutiva, que nas pessoas no mundo" - "Anjos são forças, como nós, por isso podemos nos comunicar, usando o pensamento".
O médico Eduardo Cunha Faria, estudioso do tema fala:
"Os anjos existem e estão mais próximos da humanidade do que se supõe. São presenças vivas que comandam forças que interagem no universo, são incontáveis faces ou expressões de Deus em todos os aspectos do cosmo e, como tal são referidos como emissários ou ministros da criação divina" - " As funções dos espíritos angélicos, são a canalização, a retransmissão, o condicionamento e a distribuição da energia divina. "
Qualquer pessoa, segundo Faria, pode entrar em sintonia com os anjos, mas para estabelecer esses contatos (chamados angelofanias), é preciso aprender a conhecer sua linguagem e ouvir os seus sinais, eles conversam através de sonhos, intuições, supostas coincidências. Basta sensibilidade para canalisar-se com seres angélicos.
Fonte: Revista Planeta nº 262
NA BÍBLIA:
Criação dos Anjos:
Anjos não são uma raça, mas uma hoste (exército).
Eles são filhos de Deus (Jó 1:6), e não de outros anjos.
Foram criados num determinado momento, antes da criação do mundo físico (Jó 38:6,7).
Os anjos foram criados num estado de santidade (Judas 1:6).
Eles são inumeráveis (Heb 12:22).
Personalidade dos anjos [cada anjo é uma pessoa]
Intelecto (1Pe 1:12).
Emoções (Luc 2:13).
Arbítrio (resolução dependente da vontade) (Judas 1:6) -- capazes de deixarem o seu primeiro estado.
Natureza dos anjos:
São seres espirituais (Heb 1:14).
Não se reproduzem (Mar 12:25).
São masculinos exceto em Zac 5:9 (gênero feminino usado duas vezes).
Não morrem (Luc 20:36).
São distintos dos seres humanos (Sal 8:4,5). --Não são os espíritos dos mortos.
Possuem grande poder (2Pe 2:11).
Fonte: Humberto Rafeiro
Anjo:
Anjo (do latim angelus e do grego ággelos, mensageiro), segundo a tradição judaico-cristã, é uma criatura celestial - que, na generalidade, a maioria dos crentes das religiões fundadas na revelação bíblica acredita ser superior aos homens - que serve como ajudante ou mensageiro de Deus. Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas brancas de pássaro e uma auréola. São donos de uma beleza delicada e de um forte brilho, por serem constituídos de energia, e por vezes são representados como uma criança, por terem inocência e virtude. Possuem influência sobre todo o plano orgânico e elemental, sendo assim eles têm como uma de suas missões, ajudar a humanidade em seu processo de evolução.
Segundo a Tradição Católica, são citados apenas três Arcanjos dos quais se saberia o nome: São Miguel (Quem como Deus), São Rafael (Deus Cura), e São Gabriel (Enviado de Deus). Os demais seriam invenção do povo, bem ou mal intencionado.
Afirma ainda que os Anjos não possuem maneiras de conhecer o futuro, possuindo sim uma inteligência muito mais desenvolvida que a nossa, podendo "prever" eventos que fisicamente poderão acontecer, visto que conhecem com precisão todas as regras físicas, como gravidade, densidade, velocidade etc.
Dentro do Cristianismo Esotérico e da Cabala, são chamados de "anjos" os espíritos num grau de evolução imediatamente superior ao do homem e imediatamente inferior ao dos arcanjos.
As hierarquias angélicas no Cristianismo:
No Cristianismo os anjos foram estudados de acordo com diversos sistemas de classificação em coros ou hierarquias angélicas. A mais influente de tais classificações foi estabelecida pelo Pseudo-Dionísio, o Areopagita entre os séculos IV e V, em seu livro De Coelesti Hierarchia.
Dionísio foi um dos primeiros a propor um sistema organizado do estudo dos anjos e seus escritos tiveram muita influência, mas foi precedido por outros escritores, como São Clemente, Santo Ambrósio e São Jerônimo. Na Idade Média surgiram muitos outros esquemas, alguns baseados no do Areopagita, outros independentes, sugerindo uma hierarquia bastante diferente. Alguns autores acreditavam que apenas os anjos de classes inferiores interferiam nos assuntos humanos.
No Cristianismo a fonte primária ao estudo dos anjos são as citações bíblicas, embora sejam apenas sugestões ambíguas para a construção de um sistema como ele se desenvolveu em tempos posteriores. Os anjos aparecem em vários momentos da história narrada na Bíblia, como quando três anjos apareceram a Abraão. Isaías fala de serafins; outro anjo acompanhou Tobias; a Virgem Maria recebeu uma visita angélica na anunciação do futuro nascimento de Cristo, e o próprio Jesus fala deles em vários momentos, como quando sofreu a tentação no deserto e na cena do horto das oliveiras, quando um anjo lhe ofereceu o cálice da Paixão. São Paulo faz alusão a cinco ordens de anjos.
Tradições esotéricas cristãs também foram invocadas para se organizar um quadro mais exato. As classificações propostas na Idade Média são as seguintes:
São Clemente, em Constituições Apostólicas, século I:
1. Serafins, 2. Querubins, 3. Éons, 4. Hostes, 5. Potestades, 6. Autoridades, 7. Principados, 8. Tronos, 9. Arcanjos, 10. Anjos, 11. Dominações.
Santo Ambrósio, em Apologia do Profeta David, século IV:
1. Serafins, 2. Querubins, 3. Dominações, 4. Tronos, 5. Principados, 6. Potestades, 7. Virtudes, 8. Anjos, 9. Arcanjos.
São Jerônimo, século IV:
Serafins, 2. Querubins, 3. Potestades, 4. Dominações, 5. Tronos, 6. Arcanjos, 7. Anjos.
Pseudo-Dionísio, o Areopagita, em De Coelesti Hierarchia, c. século V:
Serafins, 2. Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7. Principados, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
São Gregório Magno, em Homilia, século VI:
Serafins, 2. Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Principados, 6. Potestades, 7. Virtudes, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
Santo Isidoro de Sevilha, em Etymologiae, século VII:
1. Serafins, 2. Querubins, 3. Potestades, 4. Principados, 5. Virtudes, 6. Dominações, 7. Tronos, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
João de Damasco, em De Fide Orthodoxa, século VIII:
Serafins, 2. Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Potestades, 6. Autoridades (Virtudes), 7. Governantes (Principados), 8. Arcanjos, 9. Anjos.
São Tomás de Aquino, em Summa Theologica, (1225-1274):
Serafins, 2. Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7. Principados, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
Dante Alighieri, na Divina Comédia (1308-1321):
Serafins, 2. Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7. Arcanjos, 8. Principados, 9. Anjos.
De todas estas ordenações a mais corrente, derivada do Pseudo-Dionísio e de
Tomás de Aquino, divide os anjos em nove coros, agrupados em três trìades:
Primeira Tríade:
A 1ª Ordem é composta pelos anjos mais próximos de Deus, que desempenham suas funções diante do Pai.
Serafins:
Um Serafim é, segundo a Angelologia, um anjo de seis asas.
É comumente aceito como a primeira posição na hierarquia celestial dos anjos, sendo os que estão mais próximos de Deus. A palavra hebraica Saraf (שרף) significa "queimar" ou "incendiar", talvez uma alusão a tradições bíblicas onde Deus é comparado a um "fogo" ou mesmo a um "fogo consumidor". A referência bíblica para "serafim" está em Isaías 6:1-2.
Serafins rodeando o trono de Deus, em iluminura das Petites Heures de Jean de Berry século XIV
Criatura fantástica do tipo dos kerabu, proveniente de KhorsabadO nome serafim vem do hebreu saraf (שרף), e do grego, séraph, que significam "abrasar, queimar, consumir". Também foram chamados de ardentes ou de serpentes de fogo.
É a ordem mais elevada da esfera mais alta. São os anjos mais próximos de Deus e emanam a essência divina em mais alto grau. Assistem ante o Trono de Deus e é seu privilégio estar unido a Deus de maneira mais íntima. Mantém a ordem do cosmo e são descritos em Isaías como cantando perpetuamente o louvor de Deus e tendo seis asas.
O Pseudo-Dionísio diz que sua natureza ígnea espelha a exuberância de sua atividade perpétua e infatigável, e sua capacidade de inflamar os anjos inferiores no cumprimento dos desígnios divinos, purificando-os com seu fogo e iluminando suas inteligências, destruindo toda sombra. Pico della Mirandola fala deles em sua Oração sobre a Dignidade do Homem (1487) como incandescentes do fogo da caridade, e modelos da mais alta aspiração humana.
Querubins:
Querubim (do Hebraico כרוב - "keruv" ou do plural כרובים - keruvim) é uma criatura sobrenatural, espiritual, mencionada várias vezes no Tanach (ou o Antigo Testamento), em livros apócrifos e em muitos escritos judaicos.
Em uma das interpretações, os querubins seriam anjos em segundo lugar na hierarquia celeste, logo abaixo dos Serafins.
Do hebreu כרוב - keruv, ou do plural כרובים - keruvim, os querubins são seres misteriosos, descritos tanto no Cristianismo como em tradições mais antigas às vezes mostrando formas híbridas de homem e animal. Os povos da Mesopotâmia tinham o nome karabu e suas variantes para denominar seres fantásticos com forma de touro alado de face humana, e a palavra significa em algumas daquelas línguas "poderoso", noutras "abençoado".
No Gênesis aparece um querubim como guardião do Jardim do Éden, expulsando Adão e Eva após o pecado original. Ezequiel os descreve como guardiãos do trono de Deus e diz que o ruflar de suas asas enchia todo o templo da divindade e se parecia com som de vozes humanas; a cada um estava ligada uma roda, e se moviam em todas as direções sem se voltar, pois possuíam quatro faces: leão, touro, águia e homem, e eram inteiramente cobertos de olhos, significando a sua onisciência. Mas as imagens querubins que Moisés colocou sobre a Arca da Aliança tinham forma humana, embora com asas.
São Jerônimo e Santo Agostinho interpretam seu nome como "plenitude de sabedoria e ciência". A partir do Renascimento passaram a ser representados muitas vezes como crianças pequenas dotadas de asas, chamados putti (meninos) em italiano.
Têm o poder de conhecer e contemplar a Deus, e serem receptivos ao mais alto dom da luz e da verdade, à beleza e à sabedoria divinas em sua primeira manifestação. Estão cheio do amor divino e o derramam sobre os níveis abaixo deles.
Tronos ou Ofanins:
Os Tronos têm seu nome derivado do grego thronos, que significa "anciãos". São chamados também de erelins ou ofanins, ou algumas vezes de Sedes Dei (Trono de Deus), e são identificados com os 24 anciãos que perpetuamente se prostram diante de Deus e a Seus pés lançam suas coroas. São os símbolos da autoridade divina e da humildade, e da perfeita pureza, livre de toda contaminação.
Tradições esotéricas cristãs os identificam com os Senhores da Chama da Teosofia ou os Elohim na escola Rosacruz, elevados espíritos que trabalham para o desenvolvimento e iluminação da mente humana, agindo como guardiãos da humanidade.
Segunda Tríade:
A 2ª Ordem é composta pelos Príncipes da Corte celestial, que operam junto aos governos gerais do universo.
Dominações:
As Dominações ou Domínios (do latim dominationes) têm a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Crê-se que as Dominações possuam uma forma humana alada de beleza inefável, e são descritos portando orbes de luz e cetros indicativos de seu poder de governo. Sua liderança também é afirmada na tradução do termo grego kuriotes, que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres.
São anjos que auxiliam nas emergências ou conflitos que devem ser resolvidos logo. Também atuam como elementos de integração entre os mundos materiais e espirituais, embora raramente entrem em contato com as pessoas.
Virtudes:
As Virtudes são os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu nome está associado ao grego dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em Efésios 1:21, e seus atributos são a pureza e a fortaleza. O Pseudo-Dionísio diz que eles possuem uma virilidade e poder inabaláveis, buscando sempre espelhar-se na fonte de todas as virtudes e as transmitindo aos seus inferiores.
Orientam as pessoas sobre sua missão. São encarregados de eliminar os obstáculos que se opões ao cumprimento das ordens de Deus, afastando os anjos maus que assediam as nações para desviá-las de seu fim, e mantendo assim as criaturas e a ordem da Divina providência. Eles são particularmente importantes porque têm a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as Virtudes derramam bênçãos do alto, freqüentemente na forma de milagres. São sempre associados com os heróis e aqueles que lutam em nome de Deus e da verdade. São chamados quando se necessita de coragem.
Potestades:
As Potestades ou Potências são também chamados de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que tocam no governo universal. Eles são os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da sua história e de sua memória coletiva, estando relacionados com o pensamento superior - ideais, ética, religião e filosofia, além da política em seu sentido abstrato.
Também são descritos como anjos guerreiros completamente fiéis a Deus. Seus atributos de organizadores e agentes do intelecto iluminado são enfatizados pelo Pseudo-Dionísio, e acrescenta que sua autoridade é baseada no espelhamento da ordem divina e não na tirania. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar e transmitir o poder do plano divino, donde seus nome [18].
Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. São também os guardiões dos animais.
Terceira Tríade:
A 3ª Ordem é composta pelos anjos ministrantes, que são encarregados dos caminhos das nações e dos homens e estão mais intimamente ligados ao mundo material.
Principados:
Guido Reni: São Miguel, 1636
Fra Angelico; AnunciaçãoOs Principados, do latim principatus, são os anjos encarregados de receber as ordens das Dominações e Potestades e transmití-las aos reinos inferiores, e sua posição é representada simbolicamente pela coroa e cetro que usam. Guardam as cidades e os países. Protegem também a fauna e a flora. Como seu nome indica, estão revestidos de uma autoridade especial: são os que presidem os reinos, as províncias, e as dioceses, e velam pelo cultivo de sementes boas no campo das ideologias, da arte e da ciência.
Arcanjos:
O nome de arcanjo vem do grego αρχάγγελος, arkangélos, que significa "anjo principal" ou "chefe", pela combinação de archō, o primeiro ou principal governante, e άγγελος, aggělǒs, que quer dizer "mensageiro". Este título é mencionado no Novo Testamento por duas vezes e a esta ordem pertencem os únicos anjos cujos nomes são conhecidos através da Bíblia: Miguel, Rafael e Gabriel. Miguel é especificamente citado como "O" arcanjo ], ao passo que, embora se presuma pela tradição que Gabriel também seja um arcanjo, não há referências sólidas a respeito. Rafael descreve a si mesmo como um dos sete que estão diante do Senhor, classe de seres mencionada também no Apocalipse .
Considerado canônico somente pela Igreja Ortodoxa da Etiópia, o Livro de Enoque fala de mais quatro arcanjos, Uriel, Ituriel, Amitiel e Baliel, responsáveis pela vigilância universal durante o perído dos Nefilim, os "anjos caídos". Contudo em fontes apócrifas estes são por vezes ditos como querubins. A igreja Ortodoxa faz de Uriel um arcanjo e o festeja com Rafael, Gabriel e Miguel na Synaxis de Miguel e os outros Poderes Incorpóreos, em 21 de novembro.
Seu caráter de mensageiros, ou intermediários, é assinalada pelo seu papel de elo de ligação entre os Principados e os Anjos, interpretando e iluminando as ordens superiores para seus subordinados, além de inspirar misticamente as mentes e corações humanos para execução de atos de acordo com a vontade divina. Atuam assim como arautos dos desígnios divinos, tanto para os Anjos como para os homens, como foi no caso de Gabriel na Anunciação a Maria.
A cultura popular faz deles protetores dos bons relacionamentos, da sabedoria e dos estudos, e guerreiros contra as ações do Maligno.
http://pt.wikipedia.org
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