quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

UTOPIA QUÂNTICA

WLADIMIR GUGLINSKI

... porque os místicos (ao recorrerem à teoria quântica para sustentar suas teorias) têm feito a ponte entre ciência e esoterismo através de uma concepção monista (ou seja, a hipótese de que no Universo só exista matéria), o que implica que trata-se então de um espiritualismo materialista.
Eu abordo essa questão no "Epilogo" de UTOPIA QUÂNTICA...


Os místicos, quando recorrem ao argumento de que a Física Quântica corrobora suas teorias, na verdade estão traindo suas convicções mais íntimas.


Tem sido prática entre os místicos fazer alusão a teorias cientificas, alegando que estas vêm corroborando suas crenças, na esperança de que esse procedimento dê às teorias místicas uma maior credibilidade.


No caso da Física Quântica, o tiro sai pela culatra. Pois essa estratégia na verdade é perniciosa, porque os místicos (ao recorrerem à teoria quântica para sustentar suas teorias) têm feito a ponte entre ciência e esoterismo através de uma concepção monista (ou seja, a hipótese de que no Universo só exista matéria), o que implica que trata-se então de um

espiritualismo materialista.
Eu abordo essa questão no "Epilogo" de UTOPIA QUÂNTICA - Epílogo Capra, Matrix, Goswami & Cia



Os misteriosos paradoxos da Física Quântica fomentaram muitas especulações filosóficas sobre como se processam os fenômenos físicos, e sobre a maneira como nós interagimos com tais fenômenos. E esse novo ramo do conhecimento deu ensejo ao aparecimento de autores que usam os conceitos da teoria quântica como fontes de explicação para outros ramos do conhecimento humano. De certa forma isso começou com o físico Niels Bohr, que, fascinado com os paradoxos quânticos, pensou que a resposta para explicá-los pudesse talvez ser buscada no ensinamento esotérico da religiões orientais, e Bohr até teria buscado inspiração no esoterismo oriental para propor alguns dos princípios da teoria quântica, a exemplo do Princípio da Complementaridade.

Os defensores da Física Quântica podem retrucar que, antes de criticar todo o conhecimento filosófico que evoluiu no Século 20 por conseqüência da influência da teoria quântica, é preciso aguardar o reconhecimento da nova Teoria Quântica dos Anéis, visto que teriam muita razão essas pessoas se por sua vez criticassem o autor, dizendo: "a rejeição dos postulados quânticos, entre eles o da complementaridade, depende da aprovação da nova pela comunidade científica. E o autor por conseguinte deve apresentar provas do que está sustentando, e mostrar que sua alternativa realmente explica os fenômenos em que parece haver uma interferência do observador nos resultados."

A resposta é que isso está sendo feito, através da publicação dos artigos do autor. A comunidade científica irá avaliar se a Teoria Quântica dos Anéis realmente pode dar as respostas que não puderam ser encontradas na teoria quântica. Os leitores que quiserem conhecer os fundamentos da Teoria Quântica dos Anéis encontrá-los-ão em Os Dados que Deus Escondeu, onde se mostra que é possível desenvolver uma teoria na qual estão ausentes os paradoxos que exigiram de Bohr a atitude extrema de conceber seu absurdo postulado da complementaridade. Mas pode-se adiantar que já existe uma prova, descoberta pelo autor, que depõe contra o alicerce fundamental da teoria quântica (o postulado segundo o qual a dualidade onda-partícula é uma propriedade inerente à matéria). Essa suposta propriedade da matéria (a qual nas experiências às vezes se manifestaria como onda e noutras vezes se manifesta como partícula) foi a mais preponderante inspiradora do postulado da complementaridade de Bohr. No entanto o postulado da dualidade da matéria é incompatível com a experiência Michelson-Morley para prótons, e vemos aí portanto o pilar da teoria quântica desmoronar ao ser confrontado com uma experiência (uma nova versão da experiência Michelson-Morley, que no Século 19 também derrubou os pilares da Mecânica Clássica). Há que se salientar que essa prova experimental independe de ser a teoria do autor correta ou incorreta. Mesmo que no futuro os físicos constatem ser insatisfatória a Teoria Quântica dos Anéis, essa conclusão entretanto não invalida os resultados da experiência Michelson-Morley para prótons (que demonstra ser inviável a suposta dualidade da matéria), e o postulado da complementaridade se vê assim destituído da causa primordial que inspirou Bohr a concebe-lo.

A "ponte" sugerida por Bohr entre o esoterismo e a teoria quântica tomou forma no trabalho de Fritjof Capra, e milhões de esotéricos em todo o mundo saudaram essa nova visão do mundo como uma confirmação científica do ensinamento esotérico. A Física Quântica passou a ser idolatrada pelos místicos. A teoria quântica, que do ponto de vista do método científico é uma doutrina científica, associou-se a uma doutrina religiosa, na visão de físicos místicos. Mais tarde apareceu a versão de Amit Goswami. Como o próprio Goswami confessa em seu citado livro, de início ele se roeu de inveja pela "ponte de Capra", porque desde os primórdios de seus estudos da teoria quântica ele havia intuído as mesmas idéias de Capra. Sua contribuição para a "ponte" entre esoterismo e ciência nada acrescentou de significativo do ponto de vista de originalidade, mas ela tornou-se bastante conhecida por três motivos: a) o autor é indiano, condição que o coloca como autoridade sobre o conhecimento das religiões orientais, b) ele tem doutorado em Física Quântica, o que supostamente o habilita a interpretar a teoria quântica como bem lhe aprouver, c) os esotéricos recebem de braços abertos os livros de doutores em Física Quântica que enaltecem a semelhança entre as duas doutrinas, a científica e a religiosa.

A exploração da teoria quântica com fins comerciais extrapolou os limites de nossa paciência. Como se não bastasse "O Ser Quântico", ainda tivemos que ver a teoria quântica aplicada à gestão empresarial, com títulos como "A Empresa Quântica". A teoria quântica é sem dúvida uma galinha dos ovos de ouro para autores e editores. E se por acaso experiências científicas viessem a invalidar a teoria quântica, tanto os autores, como os editores, e também os esotéricos que defendem a "ponte de Capra", ficariam bastante contrariados com o aparecimento de tais experiências que matariam a galinha dos ovos dourados.

Mas tais experiências estão aparecendo, a queda da Física Quântica é inevitável, e será em um futuro próximo, levando-se em conta os resultados da experiência Letts-Cravens relatados na ICCF-10 de agosto-2003. Como conseqüência, também a "ponte de Capra" vai ruir. E como irão reagir à queda de teoria quântica todos os que dela têm se beneficiado? Bem, quanto a autores e editores eles encontrarão outras maneiras de ganhar dinheiro, e certamente irão explorar justamente a nova teoria que vai substituir a velha teoria quântica. Mas e quanto aos esotéricos? Avaliemos a sua perda.

Um detalhe que o leitor poderia criticar no enredo de Chandrakant 2204 é a coincidência de ter o herói da estória ficado fisicamente incapaz à semelhança de seu mestre Hawking. Afinal, coincidências na vida real são contingências que não temos como negar, mas na ficção são vistas com muita suspeita, e um autor prudente deve evitá-las. Teria sido então melhor evitar essa coincidência que poderia - não exatamente depor contra a plausibilidade da estória, já que há outros detalhes que depõem com maior eloquência - pelo menos indispor o leitor contra o enredo.

Aquela coincidência macabra todavia constitui não apenas um mero detalhe do enredo. A deficiência física do Dr. Chandrakant foi uma coincidência que não pôde ser evitada pelo autor, porque encerra uma metáfora, que explica-se a seguir.

Nosso herói tetraplégico partira para o futuro para curar-se, depositando suas esperanças na Física Quântica, que forneceu o passaporte teórico e tecnológico para sua viagem no tempo. Chegou ao futuro, curou-se, viveu momentos inesquecíveis e gloriosos, e ao voltar descobriu que não estava curado, que a cura tivera sido uma ilusão que ele viveu em um mundo de ilusão criado por uma teoria ilusória: a Física Quântica. O impacto da desilusão, sendo proporcional à magnitude das ilusões perdidas, não poderia ter sido para Chandrakant maior do que foi. Ele perdeu tudo, depois de ter desfrutado da ilusão, criada pela Física Quântica, de que tivera tudo: saúde, amor, momentos de felicidade. Esse era o castigo amargo de ter se deixado seduzir pelo mundo ilusório da Física Quântica. E este é o paralelo que se estabelece entre a desilusão de Chandrakant e a que terão os esotéricos, que depositam sua fé em uma teoria inverossímil como a Física Quântica, quando a teoria cair, arrastando em sua queda a ponte de Capra.

Certa vez alguns repórteres ao entrevistarem Fritjof Capra perguntaram-lhe o que seria de sua ponte entre a teoria quântica e o esoterismo se a Física Quântica viesse a ser superada por uma nova teoria no futuro. Ele respondeu que a ponte permaneceria de pé, alegando que uma nova teoria seria uma complementação da velha teoria quântica, e que por isso a nova teoria teria de sustentar-se sobre os princípios fundamentais da velha teoria. A confiança de Capra na solidez da ponte evidentemente reflete sua convicção de que a dualidade onda-partícula seja uma propriedade da matéria, e que por ser inerente à matéria não irá mudar com a vinda de uma nova teoria. Esse poderia ser o último fio de esperança dos esotéricos, que poderiam alegar que nada garante que a dualidade onda-partícula seja uma propriedade da trajetória helicoidal, e que portanto eles preferem continuar creditando a dualidade a uma propriedade da matéria. Entretanto, como a experiência Michelson-Morley para prótons demonstra não ser viável a hipótese de que a dualidade seja uma propriedade da matéria, fica a matéria destituída da propriedade dual, e a ponte de Capra perde sustentação.

De minha parte não considero que a perda dos esotéricos será de grande monta, pois o que a Física Quântica lhes concede é um espiritualismo materialista, já que a ponte que conecta a Física Quântica ao esoterismo sustenta-se sobre uma suposta propriedade da matéria, a dualidade onda-partícula, e dessa forma qualquer teoria espiritualista que possa nascer desse casamento fatalmente herdará o materialismo contido nessa propriedade dual da matéria, materialismo que ficou ainda mais exacerbado pela teoria monista de Amit Goswami, inconveniente que pode ser evitado através de uma teoria dualista, se ela ficar desvinculada da suposta propriedade dual da matéria defendida na Física Quântica. Segundo a concepção monista, o Universo é constituído apenas de matéria, que é dual, conforme propõe a Física Quântica.

Na concepção dualista além do mundo material (composto da matéria e do éter físico que deu origem à matéria) o Universo é também constituído por um outro éter, de informação. No atual estágio, estamos descobrindo as leis que regem o comportamento do mundo material (falta descobrir algumas leis fundamentais, algumas das quais são propostas na Teoria de Guglinski, e vale a pena lembrar que a comunidade científica nem aceita ainda a hipótese do éter físico). De qualquer forma, no mundo material todas as leis se submetem ao princípio de causa e efeito. A matéria é corpuscular, e não tem propriedade dual, mas a matéria pode se converter em éter físico, e vice-versa, através da equação E=mc2 de Einstein. Quanto ao éter de informação, desconhecemos completamente as leis que regem seu comportamento. Ele é responsável por criações fantásticas como a estrutura do DNA e órgãos complexos como o cérebro e o olho, e sem sua interação com o mundo material a vida nunca apareceria no Universo nem evoluiria até chegar à forma de um ser humano (cálculos matemáticos já demonstraram que é impossível que a vida seja conseqüência de ocorrências aleatórias, como defende a ciência vigente, desde que os cálculos de probabilidade já demonstram que a própria estrutura do DNA nunca seria obtida se fosse produto do mero acaso). Nesse éter de informação estaria a sede da consciência, e sua interação com o mundo material produziria os fenômenos paranormais. Essa é a concepção que irá no futuro substituir a ponte de Capra, depois que a própria Física Quântica for superada por uma nova teoria.


http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/fisica_quantica.htm#21.1_-_FÍSICA_QUÂNTICA_X_ESPIRITUALISMO

Um comentário:

  1. EXPERIENCIA DERRUBA A COMPLEMENTARIDADE DE BOHR

    O principio da Complementaridade de Bohr é um dos pilares fundamentais da física quãntica.

    Esse princpio de Bohr é que responde pela dualidade onda-matéria, sendo assim o alicerce que sustenta a ponte entre o esoterismo e a fisica quantica.
    Durante mais de 100 anos, ao longo do Século 20 e inicio do nosso século, a Complementaridade foi considerada intocável pela comunidade cientíifica.

    Agora em junho-2011 uma nova experiencia, publicada no jornal científico Science, derrubou o principio da Complementaridade.

    Essa queda da Complementaridade foi prevista na teoria de W. Guglinski, Quantum Ring Theory, publicada em 2006 nos EUA.

    Para leigos, a teoria foi exposta no livro A EVOLUÇÃO DA MECANICA QUANTICA, de Guglinski, publicado em 2008 pela Editora Bodigaya.

    Veja mais no link
    http://www.bodigaya.com.br/index.php?route=product/product&product_id=117

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